Zika Vírus: 7 coisas que você precisa saber

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É praticamente impossível falar de gravidez sem falar de Zika. O vírus foi declarado pela OMS como uma emergência global.

Ainda que não existam estudos conclusivos sobre as consequências do Zika Vírus, compartilho com vocês as perguntas mais frequentes sobre o vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, respondidas por um especialista.

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Como detectar o vírus?

Existem dois tipos de teste. Um deles é o PCR, que pesquisa fragmentos do vírus na circulação, na urina ou no líquido amniótico.

No sangue, fica até cinco dias e na urina, até 15. A precisão é muito alta, mas, se o vírus não estiver circulante, não aponta nada.

Ou seja, se a infecção tiver acabado esse teste não dará o diagnóstico.

As sorologias também conseguem identificar os anticorpos contra o vírus das classes IgM e IgG, que poderiam ser usados com intervalos bem maiores após a infecção.

Porém, o teste tem muita reação cruzada com outros vírus, como Dengue e Febre Amarela, o que diminui sua precisão.

O vírus na mãe infecta o bebê?

A infecção de mãe para filho é uma questão que ainda está sendo esclarecida pelos pesquisadores.

O que se sabe até agora é que aparentemente o vírus atravessa a placenta e chega à circulação do bebê.

Dependendo do período de formação e desenvolvimento do sistema nervoso causará diferentes lesões.

A mais preocupante delas é a microcefalia, que parece estar relacionada à infecção pelo vírus da Zika no primeiro trimestre.

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Toda grávida infectada terá um bebê com microcefalia?

Vários médicos do nosso grupo são também pesquisadores de outras universidades e da Fiocruz, todos eles estão empenhados em responder estas perguntas através da pesquisa científica, mas nada de conclusivo até o momento.

Vale ressaltar que nem todas as gestantes que foram infectadas pelo Zika terão problemas com os seus bebês, parece que o comprometimento fetal tem relação com a idade gestacional que infecção ocorreu. 

E se o bebê nascer com microcefalia?

Neste momento os bebês estão sendo acompanhados de forma bastante atenta pelos nossos especialistas.

Os que apresentam complicações graves como a microcefalia dependerão de maior atenção da equipe médica.

Os que aparentemente não apresentam sintomas ao nascimento estão sendo acompanhados (previsão de até os três anos de idade) para identificar possíveis problemas que possam aparecer mais tarde.

Quero engravidar, e agora?

No Brasil 50% das gestações não são planejadas, portanto pouca coisa é feita antes da gravidez na maioria dos casos.

As recomendações são:

  1. Proteção pessoal: uso de repelente, roupas que cubram o corpo e evitar a exposição em regiões de maior registro de casos da doença;
  2. Proteção da população: combate ao mosquito transmissor;
  3.  Evitar a disseminação a partir dos infectados: uso de repelentes e outras formas de proteção aos que estão doentes, para impedir que o mosquito se contamine e dissemine a infecção para outras pessoas.

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Já estou grávida, o que fazer?

  1. Use mangas compridas e calças, e sapatos fechados;
  2. usar repelente a cada duas horas; prefera locais com ar-condicionado, pois o ar frio dificulta a proliferação do mosquito Aedes Aegypt;
  3. verifique diariamente os vasos e suportes em casa para ver se tem água parada;
  4. coloque telas nas janelas e use pulseiras feitas à base de citronela.

Como está a situação no Brasil?

O Ministério da Saúde do Brasil tem relatado mais de 3.800 casos de microcefalia.

A microcefalia aumentou em pelo menos quatro vezes desde que a infecção pelo Zika vírus apareceu.

No site do Ministério da Saúde do Brasil estes dados são atualizados mensalmente, mas os números são muito preocupantes.

Fonte: Dr. Renato Sá – Chefe do setor de obstetrícia e medicina fetal do Grupo Perinatal e diretor do Centro de Diagnósticos da Maternidade Perinatal.

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