Uma mãe lesada e um filho esperto

Pituquinho cuti cuti bilú bilú bebê!!!
Quem é meu bebê?
Fez dodoixinho filhinho? Uiuiuiui.. vem colinho de mamãe vem.. Ponto ponto.. paxou!
Isso não é falar como criança!!! Já viu alguma criança falar assim?
Vocês também tem vontade de matar esse tipo de mãe? Esse excesso de fofura te irrita? Principalmente quando a criança JÁ É UMA CRI-AN-ÇA, não mais um bebê?
Pois então, junte-se ao meu time!
Meu discurso seria lindo, exceto por um peque(nuxo)no detalhe. Se eu fosse literal e cumprisse minhas ameaças, a ponto de matar essas mães fofuxas, teria que cometer suicídio.
E isso não seria legal. (tu sentiria a minha falta? diz que xim, diz que ximmmm!!!)
Bastaaaaaaaaaaa!!!
Recentemente um surto de mãe de um ex bebê tomou conta de mim. Como lidar com essa cafonice? E mais? Como lidar com esse distúrbio psicológico que tenta falar mais alto do que minha noção?
Explico.
Nunca fui do tipo cuti cuti.. e nem acho que isso faz bem pra criança/bebê/marido/ser humano.
Cada dia o Dudu perde um pouco dos traços de bebê e se afirma como menino. O simples fato de pronunciar fonemas corretamente corta o coração. “Cube” nesse domingo transformou-se em “CLube”. Simples assim.
Antes cada palavra falada corretamente era uma farra, agora vira uma despedida da fofura de falar errado. Ele já fala quase tudo certinho.
Acontece que nem todas essas mudanças e evoluções são visíveis a olho nu. E a louca aqui, começou a respingar tardiamente uns trejeitos de fofura excessiva ao dirigir-se ao filhote.
Uma forma inconsciente de negar seu crescimento. Só pode.
É filho, aceita que dói menos!
Brincadeiras à parte. Fala infantilizada é coisa séria e pode prejudicar a criança em vários aspectos, inclusive na evolução linguística...
Carinho, cuidado e amor não são sinônimo de voz fininha e palavras erradas. Uma boa dose de meiguice na fala é inevitável diante da overdose de fofura das crianças, ninguém escapa!
Mas vamos nos controlar, pro bem deles?
Olha, aqui tá difícil, até porque o danadinho sabe muito bem tirar proveito da situação e me derreter quando lhe é conveniente.
E quando ele não tá afim, sabe o que diz?
– Não sou bebê! Sou menino “gande”, mãe.
Ah, e o menino “gande” ainda fala “quilança”.
Suspeito que ele já saiba falar “quiança”, que fica mais perto do correto, mas acho que ele sabe que ali mora um grande trunfo arrancador de suspiros maternos. Arma branca da pesada!