O começo da vida [minha opinião sobre o filme]

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Desde semana passada está disponível na Netflix o documentário “O começo da vida”.

Ontem eu finalmente consegui assistir e queria compartilhar minha opinião.

Resumindo em poucas palavras (bem poucas, porque você pre-ci-sa assistir!), o filme fala de diversos aspectos do desenvolvimento infantil.

Do papel dos pais e cuidadores da criança e, principalmente, do que os adultos precisam fazer para entregar crianças que possam, de fato, contribuir para o futuro da humanidade.

Tudo isso com enfoque na primeira infância, como o próprio nome do filme diz.

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Temas abordados no filme “O começo da vida”

  • A compreensão da criança como um ser e como ela aprende a ver o mundo;
  • O processo de construção da auto estima;
  • Experimentações, estímulos e conexões neurológicas;
  • Crianças como investimento na sociedade e o que isso representa na economia mundial;
  • A importância do papel do pai;
  • Relacionamento com avós e cuidadores;
  • Contato com a natureza, consciência ecológica e alimentação.

Tudo é apresentado de uma forma muito rica, com embasamento científico de profissionais espalhados pelo mundo (de diversas áreas) e ilustrados por personagens da vida real!

As imagens são realmente lindas e tocantes e o conteúdo é divino!

Convida a gente a refletir sobre quase tudo na criação dos nossos filhos, de uma forma bem positiva e construtiva.

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E claro, fala de maternidade!

Quando resolvi comentar sobre o filme no meu snapchat, contei que algumas partes me causaram um certo desconforto.

Isso por ter sentido nas entrelinhas ideias como: “mãe precisa parar de trabalhar pra ficar com seu filho” ou que “seu filho vai ser uma pessoa melhor para a sociedade se você parar sua vida profissional, mesmo após a licença maternidade, para ficar com ele”.

Até achei que pudesse ser uma interpretação pessoal e isolada, mas depois que dei a cara a tapa no snap, recebi alguns comentários de mães que se sentiram incomodadas (e até com remorso), sobre esse ponto do documentário.

Quero ressaltar que em momento algum eles recomendam que as mães não trabalhem pra cuidar dos filhos.

Foi realmente nas entrelinhas, mas o suficiente pra deixar esse viés de interpretação, que eu e outras mulheres possam ter sentido.

Ah! E eu faço parte do privilegiado grupo de mães que pôde se dedicar exclusivamente ao filho durante os primeiros anos de vida.

Mas sabe por quê?

Porque eu estava feliz nessa situação, e assim eu escolhi.

Embora eu trabalhasse num local que adorava, não tinha uma carreira sólida nem muito a perder.

Colocando na balança minhas perdas e ganhos, foi muito fácil optar por ficar com o Dudu e pedir minha demissão.

Além da minha família, naquela época, não depender da minha renda, o que foi primordial pra essa tomada de decisão.

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Só que não podemos esquecer que existem mulheres que dependem financeiramente do seu trabalho, e outras que amam e simplesmente são mais felizes trabalhando fora após a expiração da licença maternidade.

E outros ene motivos – que não nos dizem respeito – que fazem com que essas mulheres voltem ao trabalho.

E isso, definitivamente, não determina o tipo de criança que a sociedade vai receber no futuro.

Segundo o documentário, crianças precisam de amor, dedicação, brincadeiras e conversa.

Elas precisam de alguém diuturnamente de corpo e alma, comprometidos e interessados no seu crescimento.

E esse alguém não precisa ser só a mãe. Esse alguém pode – e deve, ser “alguéns”. O pai, os avós, a escola ou até mesmo a babá.

Conheço “mães em tempo integral” que estão ali só de corpo.

Vivem no celular, muitas vezes carrancudas e, mesmo passando o dia todo com a criança, sequer despendem sua atenção para ouvir o que ela precisa.

Assim como conheço mães que trabalham oito, nove, dez horas por dia e fazem literalmente um terceiro turno.

Conversam, escutam e enxergam as necessidades de seus filhos.

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E vem querer me dizer que qualidade de tempo não importa?

Importa sim! Criança precisa de mãe por inteiro, e feliz em ser mãe.

Claro que precisa existir um bom senso e equilíbrio entre qualidade e quantidade.

A presença só é sentida quando a gente dedica um bom tempo do nosso dia aos filhos!

Mas por que (ainda) carregar esse fardo?

Toda mãe quer o melhor pro seu filho. Mas pra isso, ela precisa primeiro ser feliz.

Doar-se inteiramente à criança é um enorme gesto de amor, assim como cuidar de si.

E se conseguir fazer tudo isso sem pressão e culpa, melhor ainda, né?

Só pra finalizar, isso não é um ataque ao documentário. Entendo o outro lado da moeda.

Existem questões sociais e pouco apoio do governo às mães que precisam retornar ao trabalho com bebê em casa e talvez essa tenha sido a real intenção.

O filme é maravilhoso, super bem feito e acho que todos os pais precisam assistir.

Assista ao trailer 

Leia também:

Divertida Mente o filme: motivos pra assistir

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