A outra versão, por Bruna Mendes

Bom, como eu creio que dê pra perceber pelo nome, Bruna Mendes, eu sou irmã mais nova da Bia, tia (feliz da vida) do novo pedacinho de gente que está a caminho.

Vim até aqui dar um pequeno relato de como EU descobri a gravidez da Bia e como foi a reação geral – e minha – ao saber que aquela pessoa que me forçava a tomar remédio quando era criança ia, de fato, ser mãe.

Notem a minha cara de desespero na presença do ser maligno da minha infância.

O dia 24 de dezembro de 2010 começou como tantos outros natais. Valdir, padrasto querido, me chamou de manhã pra comprar os presentes de última hora pra mim, pra minha mãe e pra Bia.

Levei-o direto a uma loja de sapatos, não tinha tempo pra pensar em outra coisa e isso era um tiro certo.

Cheguei em casa com os pacotes, deixei tudo em qualquer lugar e fui até o quarto da Bia ver se ela já tinha acordado.

Eis que chego lá e me deparo com uma pessoa cor de gelo, me olhando com um olhar de cachorro pidão e, de repente, a bomba: “Bruna, acho que tô grávida”.

De início, eu pensei que era bobagem, como havia sido tantas outras vezes. Mas, daí, ela me explicou tudo – como explicou também no post anterior – e aí éramos duas pessoas cor de gelo.

Naquele momento, a certeza era 99%, pois ainda faltava sair o resultado do exame de sangue pra comprovar. Atualizamos a página do laboratório umas 89 vezes em dois minutos até que, na 90ª, o desespero.

O resultado saiu e a Bia, tremendo feito vara verde, não queria abrir. Me meti e abri pra ela, fui rolando a página tentando decifrar aquele monte de sílabas estranhas que não me diziam nada.

Por fim, eu vi a palavra que interessava: “positivo”. Não sabia ali exatamente o que era positivo mas, considerando que em nenhum lugar estava escrito “negativo”, deduzi o óbvio: a Bia tava realmente grávida.

Agora é a hora que passa tudo na cabeça: a Bia vai ser mãe, eu vou ser tia, o Tiago vai ser pai, meus pais vão ser avós, minha avó vai ser bisavó, todos pela primeiríssima vez.

Deve ser a criança mais pioneira da história, pensei.

Não houve uma lágrima (tirando da minha mãe, que abraçou a Bia dizendo “mas tu ainda é um bebê!”), houve algumas risadas da parte do Valdir, houve muito apoio.

A ideia geral era “não estávamos esperando, mas será muito bem-vindo”. O medo geral era “mas a Bia não sabe nem cuidar de um cachorro”.

A esperança geral era o instinto materno mágico que surge ao primeiro sinal de desconfiança da maternidade.

Ao que tudo indica, nossa esperança está se concretizando e, apesar de ainda comparar pediatras com veterinários, a Bia tá se saindo bem.

O que importa é que estaremos todos por perto quando ela quiser passear com o Dudu na coleira.

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